sexta-feira, 20 de maio de 2011

Boi-bumbá - Jane Duboc & Sebastião Tapajós



Faz tempo que se fala na separação entre música erudita, ou clássica, e música popular. Na verdade, esta separação é fruto de preconceito, de ambos os lados, pois tudo é música, são usados os mesmos elementos, todas precisam de conhecimentos específicos, e tudo vale a pena ser ouvido.
Além disso, os termos são equivocados. Clássico, a rigor, significa algo do período do classicismo, o que deixaria de fora o barroco, o romantismo e tantas outras fases da história da música. Erudito é quem tem erudição, sabedoria, como se quem faz música popular não precisasse de conhecimento.
Hoje é muito comum ouvir uma composição chamada de erudita sendo tocada por um grupo chamado de popular, em releituras e arranjos que absorvem influências contemporâneas, e também o contrário: uma música considerada popular sendo tocada por uma orquestra ou outro grupo chamado de clássico.
E há vários compositores que não dá para classificar numa ou noutra categoria. Por exemplo, George Gershwin, Andrew Lloyd Weber, e no Brasil Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Egberto Gismonti... e, claro, o paraense Waldemar Henrique.
E como estamos na semana das cantoras da Amazônia, vamos ouvir agora uma composição de Waldemar Henrique, na voz de Jane Duboc, também paraense, que é uma das melhores técnicas vocais do Brasil. Ela está acompanhada por outro grande artista da Amazônia, o violonista Sebastião Tapajós. A música se chama Boi-Bumbá. Observe como ela não parece um bumba boi tradicional, devido ao tratamento erudito que recebeu na composição, e, ao mesmo tempo, como não parece uma canção lírica, pelo jeito como Jane e Sebastião gravaram.
Leia aqui uma entrevista interessantíssima com o maestro Waldemar Henrique.
Saiba aqui mais sobre Jane Duboc.
E aqui sobre Sebastião Tapajós.

(Transmitido pela Rádio Nacional da Amazônia, como quadro do programa Mosaico, apresentado por Juliana Maia)

Ouça:
Baú do Maestro 2 by flafon

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